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Let's talk with // Joana Moreira


Toda a gente sabe que sou fã do mundo digital. Cada vez mais, acho que o futuro passa pelos negócios digitais e, cada vez mais, confiamos em marcas/pessoas que não conhecemos física mas sim digitalmente. Passamos dias inteiros em frente a um ecrã (seja o computador, televisão ou telemóvel) e é importante saber acompanhar esse progresso.

Hoje não vos trago nenhuma marca. Trago-vos uma YouTuber que tem muitos sonhos. Adorei falar com a Joana, pela simplicidade e energia bom que ele consegue transmitir. E nesta entrevista vão também sentir tudo isso.

1. Fala-nos um pouco da Joana.

[JM] Eu nasci na África do Sul e cresci em Moçambique, até aos 18 anos. Ter passado a minha infância e adolescência num país africano como Moçambique gerou em mim todo um conjunto de valores e formas de ver a vida que me caracterizam até hoje - e, possivelmente, para sempre. Sou uma pessoa que gosta de estar rodeada de amigos, e poucas coisas me fazem tão feliz como estar perto de quem gosto. Sou apaixonada por nutrição e desenvolvimento pessoal e acredito que nada acontece por acaso. Quero conhecer todos os países do mundo, e o máximo de pessoas que conseguir. Apaixono-me facilmente e a possessividade é um grande defeito meu. Saí de Moçambique com o objetivo de absorver o máximo de conhecimento possível, reinventar-me várias vezes, e ser cada dia melhor. Não acredito num destino, acredito na viagem em si… e quero que a minha viagem seja inspiradora e que a mensagem seja eterna.

2. Quando é que começa o teu dia?

[JM] O meu objetivo é, eventualmente, conseguir acordar sem despertador. Para já, ainda tenho hábitos antigos muito presentes e, se não puser despertador, acordo cada dia mais tarde. Gosto de acordar por volta das 7h30/8h - todos os dias da semana. Tento que os primeiros minutos sejam de “preguiça” e meditação, em que fico na cama a pensar em tudo e mais alguma coisa e a projectar o que quero fazer durante o dia. A seguir, gosto de beber um grande copo de água e dedicar meia hora à leitura, nem que tenha de acordar mais cedo para o fazer. Tomo um pequeno-almoço com calma e, depois disso, estou pronta para tudo!

3. Descreve-nos um dia comum, do teu dia-a-dia.

[JM] Depois da minha rotina matinal, gosto de ir ao ginásio ou fazer uma caminhada à beira-mar. Eu estou a tirar um curso de health coaching online, o que significa que tenho a sorte de poder trabalhar e estudar de casa. No entanto, isto requer uma grande responsabilidade no que toca à gestão de tempo, e para isso eu não dispenso da minha agenda diária! De manhã, gosto de me dedicar ao Youtube: edito vídeos, respondo a e-mails, gravo vídeos novos e vou planeando novo conteúdo. À tarde, dedico-me ao meu curso e vou trabalhando nos meus projectos profissionais. Ao fim da tarde, gosto de me desconectar e passar tempo com a minha família ou com amigos, ir à mercearia, dar um mergulho no mar ou simplesmente ficar no sofá a ver séries.

4. Como surgiu a ideia/vontade de seres YouTuber?

[JM] Eu comecei por ter um blogue, mais orientado para beleza e reviews de restaurantes. Depressa percebi que o vídeo é o futuro, e as gerações mais jovens (as maiores consumidoras de conteúdo digital) preferem o vídeo ao texto. Como eu sempre fui apaixonada por vídeos caseiros - aqueles que os pais fazem e que não têm qualquer tipo de edição - decidi tentar criar o meu próprio “reality show” e documentar a minha vida no Youtube. É uma interação completamente diferente, e uma relação muito mais íntima que se cria com a audiência quando o conteúdo é em vídeo. As pessoas sentem-se mais próximas de nós, quase como se fossem nossas amigas, e isso tanto tem o seu lado positivo como negativo.

5. Achas que já é possível viver do YouTube? Consideras que há oportunidades suficientes para fazer do YouTube uma carreira?

[JM] É possível viver do Youtube, e há hoje vários youtubers que fazem disso a sua carreira e sustento. Apesar de se ganhar algum dinheiro só com as visualizações, a melhor forma de gerar rendimento com o Youtube é através de parcerias pagas com marcas. É um mundo instável, nunca se sabe o que vai acontecer e facilmente se perde uma parceria para outro youtuber. Para mim, o mais importante é criar uma comunidade sólida que se identifica comigo e que retira algo útil daquilo que eu comunico. O meu objetivo não é viver do Youtube, mas sim criar essa comunidade que depois me irá acompanhar noutros projectos futuros.

6. O que é que o canal te trouxe de melhor?

[JM] Quando vim para Portugal, tive a sorte de ir para uma universidade pequenina, onde facilmente me integrei e criei novas amizades. No entanto, ao fim de dois anos, sentia que ainda não tinha encontrado “as minhas pessoas”, e, para alguém que valoriza tanto as amizades, foi uma altura difícil em que me vi e senti sozinha. O melhor que o Youtube me trouxe foram as pessoas, as minhas pessoas. Ao fim de um ano de canal, as pessoas certas começaram a aparecer na minha vida, ou porque viam os meus videos ou porque as fui conhecendo através de outras youtubers. Hoje tenho amigos por todo o mundo, que me inspiram e apoiam em tudo. Além das pessoas que conheci, uma das coisas que me deixa mais feliz é poder ir ver videos de há dois anos atrás e reviver experiências incríveis que tive com a minha família e os meus amigos. É o meu diário digital e vale a pena só por isso!

7. Quais são os temas que mais gostas de abordar e de gravar no canal?

[JM] Sem dúvida que os vídeos que eu mais gosto de publicar são os de viagens e os de desenvolvimento pessoal. No fundo, os dois temas estão interligados, visto que viajar é conhecer-nos mais a fundo. Gosto bastante dos videos de viagens, porque posso documentar as minhas experiências ao mesmo tempo que as partilho com quem tem curiosidade de conhecer sítios novos ou não tem possibilidades de viajar. Tento sempre que os meus videos mostrem a simplicidade da vida, no meio do caos, do consumismo e de todo o ruído que nos rodeia.

8. Qual consideras que seja a chave de sucesso para criar uma comunidade fiel no YouTube?

[JM] Sem dúvida que o factor principal é a genuinidade: quem nos vê sabe se estamos a ser autênticos ou se apenas queremos imitar alguém. É muito importante não nos compararmos com outros youtubers, porque as pessoas que se identificam connosco vão ser atraídas pelo nosso conteúdo - e são só essas as pessoas que interessam. Segundo, é importante identificarmos claramente qual é a nossa mensagem e sermos fiéis a ela. Ser consistente nas publicações, interagir com a audiência e dar resposta aos problemas que nos apresentam são ingredientes essenciais para criar uma comunidade fiel no Youtube.

9. Partilha connosco quais os teus maiores medos durante esta tua jornada. E quais as maiores forças?

[JM] O meu maior medo, no que toca a todo o mundo digital, é o de me perder. É um mundo bastante abstrato, nunca se sabe muito bem com quem é que se está a lidar e o que é real ou não. São várias as vezes em que tenho de falar comigo própria e relembrar-me do motivo pelo qual comecei, quais os meus valores e quem realmente sou. Facilmente nos deixamos perder na imensidão que é o digital, comparamo-nos a outras pessoas sem saber que elas próprias se comparam a outras… é um ciclo sem fim. São poucas as pessoas que estão totalmente satisfeitas consigo e com o que produzem, e é importante sabermos que a nossa jornada não é comparável à de ninguém. A minha maior força é o auto-conhecimento e o facto de que estou constantemente a olhar para dentro de mim. Isso e a minha família, que é a minha base para tudo.

10. Onde te imaginas daqui a 5 anos?

[JM] Eu quero ter uma vida simples, no que toca a bens materiais. Imagino-me uma pessoa realizada profissionalmente, mas sempre com sede de aprender e partilhar mais. Imagino-me rodeada de amigos, com tantos outros espalhados pelo mundo e dispostos a receber-me, numa casa simples que seja a minha cara. Imagino-me a viajar, a fazer longas caminhadas pela praia e a passar fins de tarde a ler e a ouvir música com uma companhia ao meu lado que me inspira e adiciona. Por fim, imagino os meus pais felizes e activos, o meu irmão a ter a vida que sonha e a minha família cada vez mais unida.

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