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Let's talk with // Ana, Grace Baby&Child


Identifico-me muito com o branding da Grace Baby&Child. Talvez por isso, seja uma seguidora fiél da marca e dos seus produtos. Admiro bastante o trabalho da Ana e revejo-me em muitas das palavras que ela disse nesta entrevista. O trabalho é a chave do sucesso. E sem ele [o trabalho] não chegamos a lado nenhum. Vejam a entrevista de hoje e inspirem-se...

1. Fala-nos um pouco da Ana...

[AA] Ana, 38 anos. Empreendedora. Fundadora da Grace Baby&Child, um blog de família e uma marca para crianças dos 0 aos 6 anos. Mãe de duas miúdas recém-regressadas a casa depois de um ano na Suíça.

Sou de Braga, aqui vivi até aos 18 anos e para cá voltei em 2006. Nos 10 anos que estive fora, vivi em Lisboa e em Atlanta, no sul dos Estados Unidos da América.

Estudei Ciências da Comunicação e foi a esta área que dediquei 12 anos da minha carreira. Primeiro em Lisboa, depois no Porto, mas sempre a saltitar entre as duas cidades, fui brand manager nos maiores grupos de telecomunicações do país e posso dizer, sem mentir: adorava o que fazia.

No final de 2016, fizemos a grande mudança das nossas vidas e juntámo-nos ao meu marido em Basileia. Num apartamento bonito na margem do rio Reno vivemos pouco mais de 1 ano; regressámos no Natal passado. Foram tempos duros porque me dividi entre duas casas, duas cidades e dois países. Viajámos os dois muito em trabalho e estivemos muitas semanas sozinhos com as miúdas, sem apoio doméstico ou da família, mas foi um ano bom. Tive muita pena de me vir embora, no entanto sei que as nossas aventuras pelo estrangeiro não vão ficar por aqui.

2. Quando é que começa o teu dia?

[AA] O meu dia começa bem cedo. O despertador lá em casa toca às 7 mas é raro o dia que eu não acordo antes dessa hora, com a luz da manhã ou a cabeça a trabalhar.

3. Como surgiu a ideia de criar a Grace?

[AA] A Grace Baby&Child foi fundada em 2013 por mim durante os cinco meses de licença após o nascimento da minha primeira filha. Não foi propriamente uma ideia de negócio, foi antes uma experiência que eu quis viver e que consistia em pegar num projeto começado pela minha mãe para “ver no que dava”. Não havia um projeto, nem um plano... Acho que só depois é que liguei os pontos, que percebi que a minha vontade em fazer algo que viesse das minhas mãos, cabeça e coração tinha tudo a ver com a minha infância nos corredores da confeção do meu avô ou as tardes na loja da minha mãe.

4. Descreve-nos o teu dia. Um dia comum.

[AA] Acordo geralmente antes das 7h. Tento ter uns minutos para mim, na cozinha com o meu copo de água morna na mão a contemplar o nosso jardim; é uma espécie de meditação. Na cozinha, preparo o pequeno-almoço das miúdas, as mochilas e as lancheiras para o colégio. A seguir começo a cuidar delas, que entretanto já acordaram a julgar pelo barulho no andar de cima: vestir, calçar, pentear, lavar os dentes em conjunto com o Bernardo, que entretanto também se arranja. Se o dia está bonito e elas podem usar vestidos, saias ou calções, tudo corre bem. Se chove ou está frio, preparo-me para uma luta. É muito difícil fazê-las usar algo que lhes tape as pernas! Principalmente à Constança, que acaba por pegar esta mania à irmã [risos].

Pelas 8h da manhã as miúdas saem com o pai e então, com a casa em silêncio, abro as janelas, arranjo-me, dou uma arrumadela rápida nos quartos e pelas 8h30 saio. Tomo geralmente o pequeno-almoço no café (hábito que quero mudar no regresso às aulas) e se não tiver shiatsu, ioga ou esteticista, às 9h já estou em frente ao computador.

Trabalho sem grandes interrupções até às 18h, hora em que pouso a caneta para ir buscar as miúdas ao colégio e até às 21h sou 100% mãe; não há tv, telemóvel ou computador que me distraia. Depois dessa hora, depende. Ou volto a trabalhar (demasiadas vezes), ou trato da casa (há sempre qualquer coisa para arrumar), ou vemos uma série os dois. Tento deitar-me pelas 23h mas nem sempre consigo.

5. Para trabalhar: sozinha ou acompanhada?

[AA] Pergunta difícil porque tanto gosto de trabalhar sozinha como acompanhada.

Quando estava na Suíça, passava os meus dias sozinha. Gerindo o meu tempo com muita disciplina, trabalhava nos cafés e na biblioteca, ora no barulho ora no silêncio, eu comigo, longe do centro dos problemas em Portugal. Era bom, conseguia pensar melhor, era mais eficiente em determinados assuntos, mas às vezes também sentia falta de estar com pessoas.

Hoje é mais o oposto. O nosso showroom tem 4 postos de trabalho e até é raro estarmos todas juntas mas nos dias em que preciso de alguma paz e recolhimento, fujo para a minha livraria preferida.

6. O que é que a tua marca te trouxe de melhor?

[AA] Liberdade acima de tudo. Não posso dizer que me tenha trazido mais tempo, porque trabalho mais do que alguma vez trabalhei, mas deu-me o mais importante: a autonomia para ser eu a decidir o que fazer com o meu tempo.

Também me trouxe pessoas e algumas entraram na minha vida para ficar.

7. O que é que te inspira ao criares peças novas para a Grace?

[AA] A família é a minha inspiração de base. A Grace nasceu junto com a minha filha Constança e é uma empresa 50% minha e 50% do meu marido portanto é como uma filha para nós.

Depois as ideias vêm de toda a parte: de uma viagem, da comida, dos livros que compro para as minhas filhas, das revistas (adoro revistas, adoro papel, compro muitas), de uma cidade que visitei, de um vestido que era meu e que agora vejo na minha sobrinha. Acho que o processo criativo, por definição, é um bocado errante: as ideias vão e vêm, até que um dia dá-se o clique e passam a fazer todo o sentido.

8. A Grace Baby&Child é considerada uma marca de sucesso. Qual consideras que seja a chave para ter sucesso e para criar uma comunidade com clientes fiéis?

[AA] Trabalho, muuuuuito trabalho. Há uma frase que um professor me disse uma vez e eu nunca mais esqueci: o único lugar onde “sucesso” vem antes de “trabalho” é no dicionário.

Portanto é isto que eu faço melhor, em tudo na vida: tenho uma vontade, uma ideia, um projeto, ponho a cabeça a pensar, arregaço as mangas e faço. Não há desculpas. Se quisermos muito, se acreditarmos muito e se trabalharmos em igual dose tudo, qualquer coisa, pode ser possível.

9. Partilha connosco quais os teus maiores medos durante esta tua jornada. E quais as maiores forças?

[AA] Quando vejo o copo meio vazio, tenho medo de não estar à altura do mercado, das clientes não gostarem, de não saber fazer melhor! No fundo uma insegurança que, por mais coleções que faça ou anos que passem, eu acho que nunca vou perder... e ainda bem pois só assim me mantenho ativa e humilde na busca pela excelência.

O copo meio cheio: ajuda ter consciência de que o melhor caminho nunca é o mais fácil. Tenho muitos dias maus em que me sinto cansada, triste, dividida, perdida, mas é preciso saber pôr as coisas em perspectiva, no seu devido lugar, dar-lhe a devida importância, ter paciência, tirar umas férias e depois... a vida resolve-se sozinha.

10. Sendo mãe e conciliando uma vida entre Portugal e Suíça, como encontras tempo para ti própria, para a criatividade e para criar novos conteúdos?

[AA] Com muita dificuldade [sorriso]. Profissionalmente é difícil porque com o nível de exigência que coloco na Grace, há sempre muito por fazer; somos uma equipa pequena a sonhar em grande.

Na esfera privada, o meu objetivo para a segunda metade do ano é precisamente esse: acalmar, fazer assentar a poeira, ter tempo para mim. Os 5 últimos anos da minha vida têm sido uma verdadeira montanha russa emocional, com altos e baixos e muitas mudanças.

11. Como te imaginas daqui a 5 anos?

[AA] Talvez com mais 2 filhos (sempre quisemos ter muitos filhos e se fossem dois rapazes era o sonho) e um carro grande [risos]. A fazer as malas, a preparar-me para mais uma mudança nas nossas vidas, de partida para outro país. Não me imagino a ficar em Braga para sempre.

Quanto à Grace... o caminho é para a frente. Já não tenho a menor dúvida que este projeto é um negócio para fazer crescer, para expandir... lançar novos produtos, trazer mais pessoas a bordo, chegar a mais países. A Grace ainda tem 4 anos de vida. O meu maior sonho é, daqui a 40 anos (!), entregar a empresa às minhas filhas para elas seguirem o seu caminho. Não poderia ser de outra forma. A Grace será o meu maior legado.

Obrigada querida Ana pela tua partilha, que é tão importante.

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