Nutricionista de profissão, um livro recém lançado e muito amor pelo que faz no seu dia a dia. É de mulheres como a Mafalda que precisamos e são pessoas como ela que me inspiram diariamente.
01. Fala-nos sobre a Mafalda... [MA] Bem acho que o que mais me caracteriza é a paixão pelo que faço. Tenho 27 anos e lembro-me de, aos 18, já querer ter o meu negócio e ser uma Martha Stewart Portuguesa. Nasci e vivi em Lisboa mas tenho um carinho enorme por Londres. Adoro comer mas tenho algumas alergias alimentares que me obrigam a ter muita disciplina e auto-controlo. Sou super metódica, organizada e pontual e levo o meu dia a dia numa ginástica de horários e compromissos constante. Não gosto muito de descansar ou ficar no sofá, sinto sempre que estou a perder tempo, mas quando o faço é por uma questão de necessidade de me desligar do mundo e parar, nem que sejam só 20 ou 30 minutos. Adoro animais, aliás, se não fosse nutricionista era Veterinária :) e sou viciada em viagens!
02. Quando e como é que começa o teu dia?
[MA] O meu dia começa às 6h45, com um bom copo de água, um snack rápido, um treino no ginásio ou corrida ao ar livre. Depois disso estou pronta para enfrentar o mundo. 03. Quando é que começou a paixão pela nutrição e pela alimentação saudável? E quando é que isso se tornou um desejo de vir a ser a tua profissão?
[MA] Começou nem sei bem quando. Sempre me conheci como uma pessoa apaixonada por alimentação e saúde. Eu acredito muito no que faço e no que me move, sempre me consegui abstrair dos percursos comuns daqueles que tinham a mesma formação académica de base que eu e sempre procurei marcar pela diferença. Quando escolhi nutrição como licenciatura, tenho plena noção que foi uma escolha emocional. Sempre adorei alimentos, a cultura, a cozinha, a ligação e os laços que criamos em torno da comida, e achei que faria sentido seguir este caminho. Depois a escolha de mestrado tornou-se mais complicada porque fiz vários estágios de forma voluntária e chegava a conclusão de que gostava de tudo, ou seja, sabia que o meu caminho tinha que ser a alimentação como um todo. Escolhi Londres para continuar os meus estudos em Políticas Alimentares e senti que isso me alargou muito os horizontes e me trouxe novas perspectivas para voltar ao mundo do trabalho em Portugal. Depois disso, aliando a minha paixão à minha hiperatividade e criatividade, cheguei onde estou agora, ao inicio do que espero ser uma caminhada sem limite.
04. Sendo nutricionista, sentes que o blog e as redes sociais vieram mudar alguma coisa na tua profissão? Conta-nos essa experiência.
[MA] O blog e as redes aproximaram-me muito das pessoas. O que é giro porque apesar de eu não partilhar muito a minha vida pessoal, partilho a vertente pessoal ligada ao trabalho como as refeições que faço ou os restaurantes onde vou. E as pessoas acabam por me pedir conselhos de pratos em restaurantes ou de snacks pré-treino. É engraçado ver esta proximidade que as pessoas sentem de uma pessoa que, muitas delas, nunca conheceram pessoalmente. 05. O que é que tem que estar sempre no teu frigorífico?
[MA] Não passo sem um frigorifico recheado de legumes e fruta. Depois costumo ter sempre iogurtes de leite de coco, hummus e ovos. No fundo os meus frescos são alimentos que me permitam fazer snacks e refeições rápidas e simples. 06. O teu Instagram é fantástico! Cores vivas mas tudo muito clean. Qual consideras que seja a chave para ter sucesso e para criar uma comunidade fiel?
[MA] Obrigada! Eu diria a genuinidade. O meu Instagram é atualizado diariamente, mais ou menos à mesma hora, e representa tudo aquilo que eu faço ou recomendo. Se a nossa comunidade não vir um feed uniforme e consistente, já não será tão fiel, mas se perceber que aquilo que postamos não é exatamente aquilo em que acreditamos ou que nos move realmente, então acho que deixa de fazer sentido seguir-nos. Pelo menos eu sou assim como seguidora de outras páginas. 07. Recentemente lançaste um livro. Parabéns! Que influência sentes que este livro tem na tua vida a nível profissional? E o que é que este livro nos podre oferecer, a nós leitores, que faça diferença na nossa vida?
[MA] Obrigada Joana :) Este livro foi desenvolvido com muita paixão e muito daquilo que caracteriza a minha filosofia de estilo de vida. É um livro leve, fácil de ler, intuitivo, e muito colorido cujas receitas são simples, saborosas e super nutritivas. Além disso, tem uma vertente cientifica forte que eu quis garantir. Ou seja, as afirmações de que um alimento pode prevenir o envelhecimento ou o cancro, são todas fundamentadas por estudos.
Relativamente à influência que que ele tem na minha vida profissional, posso dizer que foi grande pelo alcance que teve nos leitores. Em termos de trabalho trouxe-me alguns pedidos de parcerias com marcas ou pedidos de workshops, o que é fantástico.
08. Partilha connosco quais os teus maiores medos durante esta tua jornada - tanto a nível do blog como também no que diz respeito à criação e lançamento do livro. E quais as maiores forças?
[MA] Eu tenho muita confiança no trabalho que realizo por isso sei o valor que tem. Em termos de medo da criação do blog não posso dizer que tenha tido. É quase um diário, se for criticado pode ser por uma pessoa que tenha um ponto de vista diferente do meu ou que não goste do estilo, mas nunca fui criticada pelo conteúdo porque também sou muito cuidadosa com o que escrevo. No livro o medo era que as pessoas gostassem do grafismo (porque invariavelmente um livro de receitas vende pela imagem) e das receitas claro, tinha mais a ansiedade de o ver publicado e o frio na barriga de o ver desaparecer das livrarias, o que, felizmente, tem corrido super bem. Posso dizer que tenho mais medo nos projetos de negócios que tenho desenvolvido, porque claro que o risco é maior e existem muitos outros factores envolvidos de maior responsabilidade. O medo é bom e faz-nos querer fazer melhor mas não pode ser limitativo. 09. Sentes que a alimentação pode fazer a diferença num dia mais produtivo? De que forma?
[MA] Claro que sim! Se eu não comer fruta de manhã, como sempre pior ao longo do dia e sinto-me menos ativa, menos focada, nem sei explicar bem a sensação. Gosto de começar o dia com a sensação de ter imensa energia para o que aí vem e acabar com a sensação de que produzi imenso, comi bem e cumpri os meus objetivos. Se comer mal fico logo mais preguiçosa ou então de consciência pesada porque já estive a fazer asneiras. Mas também acho que devemos ter uma boa relação com a comida. Por exemplo, se estivermos num fim de semana de descanso e comermos algo mais calórico ou menos equilibrado, como acontece em jantares de amigos, estamos em plena sintonia com o que andamos a fazer. Mas se estamos a trabalhar e temos que ter capacidade de resposta e produção temos que nos fortalecer e ingerir alimentos que nos nutram. 10. Onde te imaginas daqui a 5 anos?
[MA] Geograficamente em Lisboa :) Mentalmente, espero que nas nuvens. Estou a desenvolver um projeto de trabalho que é um sonho de há muitos anos e espero que daqui a 5 anos esteja sólido e em bom rumo. Talvez com mais um ou dois livros e, se correr tudo bem, com mais umas quantas voltas pelo mundo :)
Obrigada querida Mafalda.
With love, JL
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